sábado, 10 de outubro de 2015

Alma nordestina



Pra iniciar, sou cabra da peste
Que só quer um dedo de prosa,
Que falará de uma nação valente
Que encontrei em meu nordeste
Terra amada,sofrida e formosa
Com muitos talentos e brava gente...

Terra de gibão e chapéu de couro,
Peixeira,jerimum e vaqueijada,
Carne de sol, buchada e pamonha,
Mas que sempre supriu de ouro
O resto do Brasil,terra tão amada,
Sem jamais se mostrar tristonha.

Manteiga de garrafa,frango a cabidela,
Sarapatel,milho cozido e cocada,
Pé de moleque,cuscuz e arroz doce,
Compõem a festa junina quando amarela
A vegetação desta terra tão amada,
Água dividida por eles como se de todos fosse.

Que se esquece desta vida injusta e ferina,
Cumprindo as tradições de seus ancestrais,
Se lança homenagear  todos os santos,
Vestindo-se de laços e fitas para as festas juninas,
Esquecendo-se de suas lamurias e de seus ais,
Bailando felizes por todos os recantos ...

Como olvidar da buchada de bode, da macaxeira,
Da paçoca de carne,do queijo e do baião de dois,
Do beiju e da tapioca que hoje integram o País,
Lembrando que somos brasileiros sem fronteiras,
Todos à espera do amanhã que virá depois,
Provando que brotamos de uma única raíz .

Sua história a todos em muito encanta
Em cada canto,quando lhe cantam
No peito de cada singela,como esta,criação
Quando borbulha em minhas veias a admiração
Por suas terras, mesmo secas e rachadas,
Mas cheias de  esperanças dessa gente arretada.

Hoje,comigo,  carrego no fundo de meu  peito,
Por ela, tão boas e saudosas lembranças
Deste mundo encantado, repleto de poesia,
Vivido a seu lado e com profundo respeito,
Canto as aventuras vividas em criança,
Registrando em versos esta singela alegria.

Tenho alma nordestina,também sou cabra da peste,
Filha de agricultor es que lavraram a terra
E mesmo morando distante,em outro estado,
Cultivo minha raiz com brio e tenho amado
Este meu recanto e que ninguém conteste,
Tenho imenso orgulho de ser do nordeste .

Antonia Albuquerque

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