terça-feira, 25 de agosto de 2015

Rasguei as cortinas



Hoje, rasguei as cortinas do passado que ainda restavam
E ocultavam tamanha dor no coração que já exaustado caminhava
O roteiro de minha história se estendia compulsadamente
E o espetáculo da vida não era mais assistido respectivamente

Hoje, olhei para o céu e vi o que não mais conseguia
A luz da vida que em minha vida tanto brilharia
E pude perceber que por trás daquelas cortinas tão largas
Havia um coração que pulsava enquanto as cortinas se fechavam

E numa tarde ensolarada e quente de verão
As cortinas começavam a balançar em libertação
Revelando-se como fantasmas e sem nenhum pudor
As marcas das feridas causadas por tanta dor

Em gritos de liberdade e com a essência ferida
Busquei  no mais profundo de minha alma tão sentida
Forças que ainda me restaram naquele momento
E rasguei sem piedade as cortinas que causava tanto tormento.

Antonia Albuquerque

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